sábado, 22 de agosto de 2009

ANATOMIA DO CORAÇÃO

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ANATOMIA DO CORAÇÃO

Antes de descrever a anatomia do coração, é desejável rever brevemente algumas das características anatômicas da cavidade torácica a os órgãos nela contidos. O tórax constitui-se na porção mais superior do tronco e é dividido da porção inferior, que é o abdome, por uma camada muscular chamada diafragma. As costelas são a proteção óssea que resguarda tanto o coração como os pulmões de possíveis traumas físicos externos.

As costelas originam-se a partir das vértebras torácicas unindo-se anteriormente ao osso esterno. Este osso tem características especiais, pois permite a mobilidade das costelas e a expansão torácica durante a inspiração. Os órgãos e estruturas contidas no interior da cavidade torácica, além do coração, são os seguintes:

Os pulmões

São em número de dois, o direito contém três lobos e o esquerdo dois. Sua função é realizar a troca de gases (respiração), função essencial para a sobrevivência.

O timo

É uma glândula de importância para o sistema imunológico e que praticamente desaparece depois dos 12 anos de idade, ficando em seu lugar uma pequena camada fina de tecido gorduroso. Localiza-se anteriormente aos grandes vasos que deriva do coração.

Os grandes vasos

São os vasos de maior calibre que deixam ou levam o sangue do coração.

Os principais são: veias subclávias direita e esquerda. veias cavas superior e inferior, artéria pulmonar, aorta, tronco braqui-cefálico (crista aórtica), artérias subclávias direita e esquerda e artérias carótidas direita e esquerda.

Posteriormente ao coração, no centro do tórax, no sentido longitudinal, passa o esôfago. O espaço existente centralmente entre os pulmões é chamado mediastino.

O coração é um órgão muscular oco em forma de cone, contendo quatro câmaras internas-corpo-humano e que fica posicionado dentro do saco pericárdico e abrigado bilateralmente pelos pulmões. Normalmente sua posição é inclinada a mais ou menos 30 graus para a esquerda e para baixo. É envolvido externamente pelo pericárdio e dentro deste envoltório é secretado um fluido que tem a finalidade de evitar o atrito do coração dentro do saco pericárdico, assim que o coração trabalha.

O coração recebe o sangue venoso através das veias cavas inferior e superior, e ejeta o sangue oxigenado através da aorta.

Fonte: www.hemodinamica.com.br

ANATOMIA DO CORAÇÃO

O coração localiza-se na cavidade torácica, no mediastino. Dois terços do seu volume estão situados à esquerda da linha sagital mediana. Esta posição, chamada de levocárdica, é a mais freqüente. Variações na posição do coração em relação ao tórax podem ocorrer. A posição mesocárdica, ocorre quando a maior parte do seu volume está situada na porção mediana do tórax. A posição dextrocárdica ocorre quando grande parte de sua massa localiza-se no hemitórax direito. Estes termos são utilizados com freqüência ao descrevermos as mal formações congênitas.

A forma do coração é aproximadamente cônica, com a base voltada para trás e para a direita, e o ápice para a frente e para a esquerda.

Há três faces no coração: a anterior ou esternocostal, sobre a qual os pulmões direito e esquerdo se sobrepõem, deixando exposta apenas uma pequena porção; a face inferior, que repousa sobre o diafragma, recebendo também o nome de face diafragmática; e a face lateral esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, que produz a impressão cardíaca na face medial do pulmão esquerdo. Estas faces são delimitadas pelas margens cardíacas. A direita é bem definida, sendo chamada de aguda, enquanto que a esquerda ou obtusa é pouco definida. Anteriormente, além dos pulmões, o coração relaciona-se também com o esterno, costelas e músculos intercostais; posteriormente com a aorta descendente, esôfago e veia ázigos; e lateralmente com os pulmões, hilos pulmonares, nervos frênicos e vagos.


Coração (Face Anterior)


Coração Face inferior (visão posterior)

As Cavidades Cardíacas





Características Anatômicas das Câmaras Cardíacas

O Átrio Direito

O Átrio Direito recebe a veia cava superior e inferior e o seio coronário. As veias cavas canalizam o sangue venoso sistêmico e o seio coronário retorna sangue das coronárias. A parede medial e posterior do átrio direito é o septo inter-atrial que separa o átrio esquerdo do direito. O assoalho do átrio direito é a valva tricúspide, que se abre no ventrículo direito.

Visto pelo lado direito, o septo atrial apresenta uma estrutura característica, a fossa oval, a qual exibe contorno saliente e região central constituída por uma lâmina delicada. A porção mais anterior dessa lâmina pode não estar completamente aderida à borda da fossa oval, constituindo o chamado forame oval patente. Esta comunicação, patente na vida intra-uterina, pode também ser encontrada em até 1/4 dos adultos normais, não levando a uma passagem de fluxo da direita para a esquerda, em virtude da pressão mais elevada existente no átrio esquerdo.

Deve-se observar que a porção mais baixa do átrio direito está separada do ventrículo esquerdo, por uma porção de tecido fibroso que se continua com o septo interventricular, chamada de septo fibroso. Isso ocorre devido os diferentes níveis de implantação das valvas tricúspide e mitral. A valva tricúspide tem inserção mais apical. Isso resulta na área conhecida como septo atrioventricular.

A desembocadura do seio venoso coronário situa-se posteriormente e medialmente à desembocadura da veia cava inferior, junto à transição atrioventricular. Nessa região podem ser encon­trados remanescentes de valvas venosas, sendo a de Eustáquio junto à cava inferior e a de Thebesius relacionada ao seio coronário.

A aurícula direita (ou apêndice atrial) é uma projeção da cavidade atrial em “dedo de luva”, que recobre o sulco AV a direita. A superfície interna da aurícula direita, possui traves musculares paralelas que se estendem posteriormente, a chamada musculatura pectínea, terminando em uma banda muscular transversa e bastante proeminente chamada de crista terminal.

O Ventrículo Direito

A cavidade ventricular direita possui um formato triangular e possui 3 porções bem distintas: a via de entrada, que compreende o aparelho valvar atrioventricular, a porção trabecular ou apical, e a via de saída.

No ventrículo direito, as trabéculas são grosseiras, ocupando toda a parede livre e a superfície septal, dando um aspecto esponjoso a parede. Uma trabécula em particular, se sobressai das demais, pela forma e localização. É a trabécula septomarginal, em forma de "Y", que se situa no septo ventricular, no limite entre a porção trabecular e a via de saída. Na extremidade mais apical da trabécula septomarginal existe uma banda muscular que une o músculo papilar anterior ao septo ventricular, chamada de banda moderadora. Entre os dois "braços" da trabécula septomarginal situa-se o septo infundibular que, em continuidade com uma prega muscular situada na parede livre, constitui a chamada crista supraventricular. Esta estrutura separa a via de entrada da via de saída, distanciando a valva tricúspide da pulmonar. O tronco da artéria pulmonar emerge, portanto, suportado por um infundíbulo completamente muscular e liso. A via de saída termina na valva pulmonar, que separa o VD da artéria pulmonar.

O Ventrículo direito contém 3 músculos papilares, que se projetam para a cavidade e suportam as cordas tendíneas que se ligam as bordas dos folhetos da valva tricúspide. Os folhetos por sua vez se ligam a um anel fibroso que sustenta o aparelho valvar entre o átrio e o ventrículo.

O Átrio Esquerdo

O septo atrial, visto pelo lado esquerdo, não mostra pontos marcantes. As paredes do átrio esquerdo também são mais espessas e mais lisas, estando as trabéculas restritas ao apêndice atrial que possue um formato diferente da aurícula direita, geralmente de borda chanfrada, com projeção digitiforme de sua extremidade, além de uma base mais estreita com um colo, separando mais nitidamente a aurícula do resto da cavidade atrial, ao contrário do que ocorre a direita. Quatro veias pulmonares deságuam no átrio esquerdo.

O Ventrículo Esquerdo

A cavidade ventricular esquerda possui uma forma cônica e trabéculas mais finas de aspecto entrelaçado e concentrada próximo ao ápice. A face septal é mais lisa, desprovida de trabéculas. A espessura das paredes ventriculares é 3 vezes maior que a do ventrículo direito. Outra característica é a difícil delimitação das porções ventriculares, já que a via de entrada, formada pelo aparelho valvar mitral é contíguo a via de saída, sendo o tecido da valva aórtica praticamente uma continuação do folheto anterior da valva mitral.

A câmara ventricular contém 2 músculos papilares grandes. As cordas tendíneas também são mais espessas, apesar de menos numerosas.

Em secções cardíacas transversais ao nível dos ventrículos podemos observar que o perfil do ventrículo esquerdo é circular e que, portanto, o septo ventricular mostra convexidade em direção ao ventrículo direito.

Topograficamente, as vias de saída ventriculares não são paralelas, de tal forma que, ao se cortar longitudinalmente o infundíbulo ventricular direito secciona-se a aorta perpendicularmente. Do mesmo modo, cortes que mostrem a raiz e a porção inicial da aorta ascendente em seu maior eixo exibem o infundíbulo subpulmonar em transversal.

Avaliação morfológica das cavidades no coração anormal

As características morfológicas específicas de cada câmara cardíaca, permitem a sua identificação mesmo frente a estados patológicos.

A determinação do situs começa pelo reconhecimento dos átrios direito e esquerdo, verificando se a morfologia dos átrios são concordantes com suas posições espaciais. As aurículas ou apêndices atriais oferecem, nesse particular, subsídios para esta detecção.

As conexões venosas não devem ser tomadas isoladamente como marca anatômica dos átrios, uma vez que podem existir anomalias tanto ao nível das veias sistêmicas quanto das pulmonares. As veias cavas superior e inferior chegam posteriormente no átrio morfologicamente direito. Já os dois pares de veias pulmonares conectam-se ao teto do átrio esquerdo.

O padrão trabecular dos ventrículos direito e esquerdo mostra diferenças significativas entre si, sendo um importante parâmetro na caracterização ventricular, sobretudo nos corações mal formados. Outros parâmetros são aposição de um ventrículo em relação ao outro (sendo o direito encontrado supe­riormente ao morfologicamente esquerdo) e a anatomia da valva atrioventricular presente. Invariavelmente a valva tricúspide acompanha o ventrículo anatomicamente direito, e a mitral o esquerdo.

Sistema de Condução


Estruturas do sistema de condução

Nó Sinusal

Estrutura em forma de virgula de cerca de 1 a 2 cm de extensão e 2 a 3 mm de espessura, localizado próximo ao epicárdio na junção entre a veia cava superior e o átrio direito. Sua irrigação é proveniente da coronário direita em até 60% dos casos, sendo proveniente da artéria circunflexa nos casos restantes. Formado principalmente por 2 tipos celulares. As células nodais (ou células P) são a fonte do impulso elétrico (células com automatismo), estão dispostas de forma central. As células de transição (ou células T) são intermediárias envolvendo as células P, formando a transição com as células do músculo atrial. O nó sinusal recebe inervação simpática e parassimpática.

Condução internodal e intra-atrial

Evidencias anatômicas indicam a existência de 3 vias de condução intra-atrial, chamadas de vias internodais anterior, média e posterior respectivamente. O feixe anterior se continua com o feixe de Bachman, que faz a condução do impulso do átrio direito para o esquerdo, atravessando o septo interatrial. Esses tratos internodais são formados na verdade por músculo atrial diferenciado por onde o impulso elétrico tem uma via preferencial rápida, não existindo células de condução especializada como no sistema His-Purkinge.

Junção Átrio Ventricular (AV)

A junção AV é formada por 3 porções. A primeira de células de transição, diferenciadas do miocárdio atrial, fazem a ligação entre este último e o nó AV propriamente dito (porção compacta). A porção compacta do nó AV é uma estrutura superficial logo abaixo do endocárdio atrial, junto a inserção da valva tricúspide e anterior ao óstio do seio coronário. O nó AV se transforma na 3º porção chamada de penetrante ou tronco do feixe de His ao atravessar o corpo fibroso central do coração.

Feixe de His e seus ramos

Continuação da parte distal do nó AV, perfura o corpo fibroso. As células dessa porção são heterogêneas marcando a transição entre as células nodais e as células dos ramos do feixe de His. O tronco do feixe de His recebe irrigação tanto dos vasos coronarianos oriundos da tanto descendente anterior quanto da posterior, sendo local muito difícil de ser acometido por isquemia, a não ser em casos de isquemia extensa. O ramo esquerdo sai do tronco logo se subdividindo em seus 3 fascículos. O ramo direito mais fino é uma continuação do tronco que segue pelo septo interventricular de forma intramiocárdica até a base do músculo papilar anterior direito.

Fibras de Purkinje

As fibras de Purkinge formam uma rede na região subendocárdica, distribuindo o impulso elétrico, fazendo com que o miocárdio se contraia por inteiro praticamente de forma simultânea. As fibras de Purkinje penetram apenas até o 1/3 mais interno do miocárdio, próxima a região subendocárdica.

Fonte: www.manuaisdecardiologia.med.br

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